Trabalhadores vão pagar por problema envolvendo a Caixa

Trabalhadores vão pagar por problema envolvendo a Caixa

Recentemente, a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, usou sua página no Twitter para relatar a situação atual do banco público. Segundo ela, a modalidade de crédito lançada no ano passado pela gestão anterior atingiu 80% de inadimplência entre os contratantes.

Em março de 2017, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por meio de uma Medida Provisória, criou o Programa de Simplificação do Microcrédito Digital, o SIM Digital. O programa oferecia acesso ao crédito para famílias e pequenos empreendedores, sendo que a garantia usada foi do FGTS.

Pouco tempo depois do lançamento, cerca de 1,5 milhão de pessoas realizaram a contratação pelo Caixa Tem. Ao todo, foram emprestados R$ 3 bilhões para brasileiros negativados. Agora, quase um ano depois, a conta chegou com um calote.

Uso do FGTS para cobrir o rombo na Caixa
Com a garantia do uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, montante que deve ser usado pelos trabalhadores em momentos emergenciais, estima-se que sejam necessários R$ 1,8 bilhão dos valores para ajudar a cobrir a situação atual. Além disso, a Caixa deve precisar entrar com outros R$ 600 milhões para ajudar.

O fundo foi criado com o intuito de conceder maior segurança financeira para os trabalhadores em casos de demissões, doenças ou para compra da casa própria. A legislação só autoriza seu uso para isso.

Contudo, com a manobra do governo Bolsonaro, os recursos serão usados para cobrir as dívidas que restaram em decorrência da modalidade de crédito oferecida em ano eleitoral. Uma inadimplência de 80% representa que a cada R$ 1 mil contratados, R$ 800 não foram pagos.

Investigação
Diante do cenário, a presidente da Caixa já afirmou que uma investigação está em vigor para apurar as irregularidades relacionadas ao SIM Digital. A facilidade em contratar a linha de crédito, uma vez que não exigia uma análise do histórico financeiro e podia ser realizada diretamente pelo celular, explica a alta adesão dos brasileiros.

Vale lembrar que tudo isso foi feito em ano eleitoral. Bolsonaro buscava a reeleição contra o seu maior adversário, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Fonte: Seu Crédito Digital

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