Salário Mínimo não banca Cesta Básica; Veja o valor que os brasileiros deveriam receber
No dia 1º de maio, o governo planeja reajustar o salário mínimo dos atuais R$ 1.302 para R$ 1.320. Mas independentemente da alta, o valor não é o suficiente para arcar com os custos da cesta básica.
De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em março, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.571,52, ou 5,05 vezes o mínimo.
Comparado com fevereiro, o valor necessário era de R$ 6.547,58, o que corresponde 5,03 vezes o salário mínimo. Já em relação a março de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.394,76 ou 5,28 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.212.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido – após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social – o trabalhador comprometeu, em média, 55,47% do salário mínimo para adquirir os produtos alimentícios básicos.
Confira a diferença entre o salário mínimo e o valor necessário para a cesta básica
O levantamento do Dieese aponta que, no mês passado, o tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta foi de 112 horas e 53 minutos. A quantia é menor do que o de fevereiro deste ano, de 114 horas e 38 minutos, e março do ano passado, de 119 horas e 11 minutos.
Cidades
Das 17 cidades avaliadas, 13 registraram queda no valor da cesta básica. Em março, os destaques de queda foram em Recife (-4,65%), Belo Horizonte (-3,72%), Brasília (-3,67%), Fortaleza (-3,49%) e João Pessoa (-3,42%).
Por outro lado, as altas foram registradas em Porto Alegre (0,65%), São Paulo (0,37%), Belém (0,24%) e Curitiba (0,13%).
A cesta mais cara é a de São Paulo (R$ 782,23), enquanto a mais barata é a de Aracaju (R$ 546,14).
Valorização do mínimo
O Ministério da Fazenda estuda qual a melhor proposta para a nova política de valorização do salário mínimo.
Segundo informações apuradas pelo jornal Valor Econômico, a pasta está avaliando, pelo menos, quatro propostas e realizando simulações sobre impacto fiscal que o reajuste do mínimo teria nos cofres públicos.
Uma das propostas é não ter regra nenhuma. Ou seja, o percentual para aumento do salário mínimo poderia variar de ano para ano. Mas também é estudado o uso o do Produto Interno Bruto (PIB) per capita como referência para o reajuste anual.
A terceira opção é uma fórmula que considera a inflação mais o crescimento do PIB de dois anos anteriores. Esse modelo foi utilizado nos dois primeiros mandatos de Lula e é o que tem mais apoio da ala política.
Por fim, as centrais sindicais sugerem uma proposta que prevê reposição pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais ganho real de 2,40% acrescido da taxa de crescimento do PIB dos dois anos anteriores.
Até 2019, o mínimo era definido considerando o PIB do ano retrasado e a inflação medida pelo INPC.
No ano seguinte, o governo mudou o cálculo e passou a levar em conta apenas a variação da inflação do INPC. Por exemplo, em 2021, o INPC registrou alta de 10,16% e reajuste do salário mínimo foi de 10,18%.
Fonte: MoneyTime