Salário Mínimo deveria ter superado R$ 6,5 mil em junho, segundo DIEESE

Salário Mínimo deveria ter superado R$ 6,5 mil em junho, segundo DIEESE

O salário mínimo foi reajustado no mês de maio e ficou em R$ 1.320. Esse valor, no entanto, está longe de ser o ideal de acordo com levantamentos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A pesquisa considera as necessidades de uma família composta por quatro pessoas e mostra que o piso nacional que deveria ser de R$ 6.578,41 no mês de junho.

O valor praticado como menor remuneração do país é 4,98 vezes maior que o salário mínimo atual, segundo o estudo. Esse é realizado de maneira mensal e baseia a quantia ideal do piso nacional no preço dos alimentos e das cestas básicas em diferentes capitais brasileiras.

Salário mínimo ideal: como chega a essa quantia?
Como informado inicialmente, o salário mínimo deveria ter sido de R$ 6.578,41 no mês de junho para garantir acesso à qualidade de vida pelos trabalhadores. Esse número é calculado pelo Dieese considerando valores necessários para garantir custos com alimentação, saúde, transporte, educação, higiene, lazer e segurança a uma família composta por quatro pessoas.

Os parâmetros utilizados para chegar a esse valor se baseiam nos direitos fundamentais garantidos de cada indivíduo, previstos na Constituição Federal. No entanto, o pagamento oficial estipulado pelo governo federal fica bem abaixo disso.

O salário mínimo fixado em R$ 1.320 atende mais de 56 milhões de brasileiros que recebem o piso, incluindo os aposentados, pensionistas e demais segurados do Instituto Nacional do Seguro Social.

Além disso, o salário estabelecido nacionalmente é parâmetro para os cálculos de renda mensal mínima per capita e limites de renda dos programas sociais, como o Bolsa Família. Também influencia diretamente o valor dos repasses realizados em iniciativas do poder público, como seguro-desemprego e Benefício de Prestação Continuada.

Salário mínimo e a cesta básica
A pesquisa do Dieese aponta que, ao comparar o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido, já considerando o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, o trabalhador que ganha apenas o piso tem grande parte da sua renda comprometida. Em média, no mês de junho de 2023, estima-se que 64,13% do pagamento foi destinado à compra de itens de primeira necessidade.

Contudo, o valor alimentos básicos foi reduzido em 10 das 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Considerando os meses de maio e junho de 2023, por exemplo, as quedas mais importantes aconteceram nos seguintes municípios:

  • Goiânia, com uma diminuição de 5,04%;
  • Brasília, registrando uma redução de 2,29%;
  • Vitória, com a diminuição de 2,08%.

Já na região Nordeste, usando os mesmos meses de comparação, muitas capitais experimentaram um aumento dos valores dos itens básicos da cesta, confira algumas delas:

  • Recife, com aumento de 5,79%;
  • Natal, que subiu 5%;
  • João Pessoa, com um acréscimo de 4,12%
  • Aracaju, com reajuste de 2,41%.

Dentre as capitais analisadas pelos estudos, a cidade de São Paulo foi aquela em que o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo, ficando em R$ 783,05, seguida dos seguintes municípios:

  • Porto Alegre, com a cesta básica em R$ 773,56;
  • Florianópolis, com os itens em R$ 771,54;
  • Rio de Janeiro, com a cesta básica fixada em R$ 741,00.

De acordo com a pesquisa dos preços nas capitais, os itens das cestas básicas das regiões Norte e do Nordeste são diferentes das demais. Elas apresentaram os menores valores médios do país, nas seguintes capitais:

  • Aracaju teve o valor mais em conta, em que a população teve que desembolsar R$ 567,11;
  • Salvador, em segundo lugar, município em que os consumidores pagaram R$ 595,84 na cesta básica;
  • João Pessoa, terceiro menor valor do país, com os produtos adquiridos por R$ 604,89.

 

Fonte: Concursos no Brasil

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