Reajuste de planos coletivos de saúde começa a valer em maio; veja o aumento por operadora

Reajuste de planos coletivos de saúde começa a valer em maio; veja o aumento por operadora

A partir deste mês, entram em vigor os novos reajustes dos planos de saúde coletivos por adesão para PMEs (pequenas e médias empresas) e MEIs (microempreendedores individuais). As taxas, válidas até abril de 2026, desaceleram em relação ao ciclo anterior, com aumentos médios entre três e quatro pontos percentuais menores, segundo dados do BTG Pactual e Itaú BBA.

O índice máximo de reajuste anual para os planos de saúde coletivos por adesão —que englobam contratos empresariais com até 29 beneficiários— não é regulado diretamente pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), ao contrário do que ocorre com os planos individuais.

Nessa modalidade, cada operadora define o percentual de aumento com base nos custos assistenciais verificados no período anterior, especialmente o índice de sinistralidade, que representa a proporção entre o que a empresa gastou com atendimentos e o que arrecadou com as mensalidades dos beneficiários.

Desde a resolução normativa nº 565/2022 da ANS, todos os contratos com até 30 vidas devem ser tratados como um único agrupamento de risco, o que significa que o reajuste deve ser uniforme entre todos os clientes dessa faixa. Essa regra foi criada para equilibrar o poder de barganha dos contratantes e dar maior previsibilidade aos reajustes.

Para o ciclo 2025/2026, os reajustes das principais operadoras para micro, pequenas e médias empresas, de acordo com os relatórios do BTG Pactual e do Itaú BBA, são:

Operadora

2024

2025

Hapvida

16%

11,5%

Notredame Intermédica

19,2%

15,2%

SulAmérica

19,67%

15,23%

Bradesco Saúde

20,96%

15,11%

Unimed Nacional (CNU)

18%

19,5%

Porto Seguro

17%

15,9%

Athena Saúde

16%

12,9%

Care Plus

23,1%

18,2%

Amil

21,98%

15,98%

Plena Saúde

17,2%

14,5%

Omint

16,7%

13,3%

A redução nos percentuais está associada à normalização dos índices de sinistralidade pós-pandemia, segundo os analistas. Ainda assim, algumas operadoras mantêm níveis elevados, pressionadas por fatores como as provisões relacionadas a decisões judiciais que obrigam as operadoras a custear tratamentos não previstos em contrato ou fora da cobertura mínima prevista pela ANS.

Segundo relatório do BTG Pactual, a ANS estuda alterações no modelo regulatório para os planos de saúde. A principal mudança proposta é o aumento do agrupamento de risco dos planos PME, ampliando o teto de 29 para até 400 beneficiários por contrato, o que poderia reduzir o poder de precificação das operadoras.

Outro ponto em discussão é o estabelecimento de uma meta mínima de sinistralidade de 72% para justificar reajustes nos planos corporativos —abaixo dos 75% atuais. A proposta ainda está em fase de análise e não há cronograma oficial para sua implementação.

Entre as mudanças regulatórias discutidas pela ANS, também estava a ideia de limitar a coparticipação do beneficiário a no máximo 30% do valor dos procedimentos realizados. A agência, no entanto, suspendeu a proposta e decidiu submeter o tema à análise de um comitê técnico.

Para o BTG, a suspensão foi interpretada de forma positiva, pois evitaria uma imposição que poderia comprometer a sustentabilidade financeira de modelos de planos com coparticipação —utilizados como alternativa mais acessível para os usuários.

Os relatórios do Itaú BBA destacam o desempenho da SulAmérica, que pelo segundo trimestre consecutivo foi apontada como referência no setor, com melhora operacional e menores índices de cancelamento. A operadora reduziu seu reajuste de 19,67% para 15,23% este ano.

Já a Bradesco Saúde, que aplicou reajuste de 15,11%, também mostrou resiliência nos resultados, apesar da pressão inflacionária sobre os custos assistenciais. Segundo o Itaú BBA, a empresa manteve disciplina na precificação, o que sustentou as margens.

Fonte: Folha de SP

Compartilhe: