No olho do furacão. Enfim, Campos Neto será investigado

O presidente do Banco Central, bolsonartista Roberto Campos Neto, está no “olho do furacão”. Será investigado por suspeita de manter dinheiro em paraísos fiscais no exterior e estar em um esquema para lucrar com a Selic lá em cima. O TRF1 (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região derrubou por unanimidade liminar que impedia o Conselho de Ética da Presidência da República de investigá-lo. 
 

A investigação teve início em 2019. No entanto, o processo foi interrompido por uma liminar obtida no ano passado, sob a alegação de que a instauração do procedimento disciplinar pela Comissão violava a autonomia administrativa e gerencial do Banco Central, de acordo com o estabelecido pela lei complementar de 2021.
 

À época, o caso estourou depois de revelações do caso Pandora Papers, que expôs informações sobre dinheiro guardado em paraísos fiscais por agentes do mercado financeiro no exterior. O presidente do BC teria aberto uma offshore em 2004 nas Ilhas Virgens com US$ 1 milhão aplicado, com objetivos de vantagens tributárias. 
 

A outra denúncia, do deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), é de que Campos Neto tem empresas e aplicações que seriam remuneradas de acordo com a Selic. A conta é simples. Quanto maior a taxa básica de juros, mais altos os lucros. Agora, o bolsonarista vai ter de prestar contas à Justiça. 

Fonte: Movimento Sindical