MP quer apuração sobre definição da Selic
Só não vê quem não quer. Além do claro boicote do presidente do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto, a pressão que o sistema financeiro faz sobre o Copom (Comitê de Política Monetária) tem grande influência sobre a decisão em relação à Selic.
Não há justificativa para a manutenção da taxa em 10,50% ao ano. Intrigado, o Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) ingressou com representação para apurar a definição do índice.
De acordo com o subprocurador Lucas Furtado, a apuração se daria por suposta “grande influência as projeções constantes do chamado ‘Boletim Focus’, elaborado a partir de pesquisas macroeconômicas realizadas por diversas instituições, tais como bancos, consultorias, corretoras”.
O subprocurador tem opinião semelhante à do movimento sindical, que tem chamado atenção há tempos para a sabotagem. As instituições “podem ter interesse na manipulação do índice para ganhos próprios e privados indevidos e em prejuízo aos interesses públicos e ao erário”.
Segundo ele, é “evidente o risco de a definição da taxa Selic depender de projeções calcadas em estudos realizados por bancos e instituições privadas”. Manter os juros em patamares tão elevados prejudica a economia e o brasileiro. É a referência para tudo que envolve o crédito, seja o governo ao tomar empréstimos com investidores ou cidadãos e empresas, que buscam financiamentos. Todo mundo perde.
Fonte: Movimento Sindical