IA generativa leva a economia de dez horas por mês no trabalho, mostra levantamento da Microsoft
O uso da Inteligência Artificial generativa em tarefas administrativas tem levado colaboradores a economizar cerca de 10 horas de trabalho por mês, de acordo com a ferramenta Viva Engage da Microsoft, que ajuda as empresas a medir a produtividade do uso de assistentes virtuais. E para cada US$ 1 investido, o retorno é de US$ 3,5, segundo um estudo global do IDC encomendado pela própria Microsoft.
— O curioso dessa tecnologia é que pela primeira vez ela foi adotada na mesma hora por todos os setores em todas as partes do mundo — diz o presidente da Microsoft América Latina, Tito Arciniega, que conversou com a coluna em visita ao Brasil no mês passado. — Este é um momento em que o Brasil e a América Latina não estão em desvantagem em comparação com qualquer outra parte do mundo. Estamos no G20 discutindo o impacto da tecnologia para países emergentes e o Brasil está assumindo um papel de liderança nisso, o que é muito importante — completa.
A falta de profissionais de tecnologia é um dos maiores entraves para a implantação de soluções da IA Generativa, mas ao mesmo tempo, a tecnologia tem aumentado a produtividade dos desenvolvedores. — Temos um déficit de profissionais de TI no Brasil. E todas as empresas estão se tornando empresas de IA porque estão infundindo IA em seus negócios e precisam de mais desenvolvedores. Com um co-pilot no Github, plataforma de gestão de códigos para desenvolvedores, a produtividade dos profissionais aumenta em 50%. Isso também ajuda muito — diz a presidente da Microsoft Brasil, Tania Cosentino.
Desde o lançamento do ChatGPT, a AI generativa vem provocando uma revolução dentro das empresas e também em governos. A Microsoft não revela números sobre a adoção da tecnologia no país — mas a ampliação constante dos data centers da companhia, com uma segunda região no Rio, anunciada em 2020, e a ampliação da primeira região (São Paulo) com novos datacenters para disponibilidade do serviço em nuvem Azure, anunciada em 2021, é um indicador de demanda. Cada data center tem o tamanho de um Maracanã.
Por aqui, o maior exemplo de uso é o ChatPetrobras, um Chat GPT interno que permite aos 110 mil colaboradores da petroleira fazer relatórios, resumos, apresentações e solucionar dúvidas com o conteúdo interno em poucos segundos. Azul lançou recentemente o seu próprio chatGPT, enquanto na Vivo a tecnologia é usada para facilitar o trabalho dos atendentes do call center. Há exemplos também no setor público, com as ferramentas sendo usadas pela AGU, TCU e por alguns Tribunais de Justiça, como o de São Paulo.
Arceniega esteve reunido com clientes governamentais, incluindo secretarias de educação.
— Um dos meus maiores desejos, eu diria, e estou realmente tentando trabalhar nisso, é como podemos fazer com que os governos adotem isso mais rapidamente. Essa é a oportunidade de sermos mais produtivos que o topo da onda, certo? Surfar e não apenas reagir a isso — afirma o executivo. Temos agora exemplos de cidades que estão começando a usar esse conceito para ficar mais próximo do cidadão. Para dar acesso às informações de uma maneira que seja útil. O sistema judiciário também está enlouquecendo, ainda mais sendo o Brasil um dos países com o maior número de processos por magistrados do mundo. É a chance de você ampliar o acesso à Justiça. Isso já está acontecendo, mas eu gostaria que houvesse mais — completa.
Fonte: O Globo