IA emocional: tecnologia que precariza o trabalho

A chamada IAE (Inteligência Artificial Emocional) está sendo vendida como uma inovação capaz de “humanizar” as interações entre máquinas e pessoas, simulando empatia e respostas personalizadas. Mas, por trás deste discurso, esconde-se uma estratégia do capital para aprofundar a substituição de trabalhadores por tecnologias que aparentam cuidado, mas servem apenas ao lucro das grandes corporações.
Nos setores de atendimento e serviços bancários, a IAE tem sido usada para manter a aparência de acolhimento ao cliente, enquanto elimina postos de trabalho e rompe vínculos humanos reais. A lógica é clara: cortar custos com pessoal, maquiar a precarização e automatizar relações que deveriam ser baseadas em escuta, solidariedade e respeito ao trabalhador.
Essa tecnologia não é neutra. O avanço da IA emocional está concentrando ainda mais poder e renda nas mãos de poucas empresas, ampliando a desigualdade social. O que se apresenta como progresso, na verdade é um artifício ultraliberal para tornar o trabalho mais instável, vigiado e descartável, deixando a classe trabalhadora vulnerável a um futuro sem garantias.
A transformação tecnológica precisa ser debatida de forma pública e democrática, com regulação que proteja direitos e preserve a centralidade do ser humano nas relações de trabalho. O critério de avanço precisa impulsionar a sociedade como um todo e não ser uma armadilha de descarte para classe trabalhadora.
Fonte: Movimento Sindical