Expectativa de vida do brasileiro sobe para 75,5 anos
A expectativa de vida do brasileiro ao nascer subiu para 75,5 anos, segundo dados do Censo 2022, divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE . Na comparação com o último recenseamento, realizado em 2010, os brasileiros ganharam pouco mais de 2 anos de expectativa de vida.
Na comparação com 2021, ano anterior ao da pesquisa atual, o ganho foi ainda maior, efeito da pandemia, que levou à morte de muitos brasileiros. Em 2021, a expectativa de vida ao nascer era de 72,8 anos.
A esperança de vida ao nascer é determinada com base na taxa da mortalidade em todas as idades. Ao nascer, a estimativa é que um brasileiro viva, em média, até os 75 anos. No entanto, isso não quer dizer que, para quem chegou até os 70 anos, restam apenas cinco anos de vida.
De acordo com o IBGE, aqueles que alcançaram essa idade têm uma expectativa de vida adicional de 14,7 anos. Colocando de outro modo, se um adulto conseguiu chegar aos 70 anos, suas chances de ultrapassar o patamar esperado ao nascer são maiores.
Outro destaque é que as mulheres viveram sete anos a mais que os homens em 2022. Entre elas, a esperança de vida ao nascer é de 79 anos. Para eles, é de apenas 72 anos.
De acordo com especialistas em demografia, isso acontece porque, durante a adolescência e a idade jovem adulta, a mortalidade dos homens se acentua, por estarem mais expostos à violência, principalmente homicídios, e a acidentes de trânsito ou no trabalho.
Além disso, a mortalidade da pandemia entre idosos pode ter contribuído para uma base fraca de comparação nos anos de 2020 e 2021, quando a esperança de vida ao nascer caiu depois de décadas avançando.
Em 2020, primeiro ano da pandemia, foram computados 1,556 milhão de mortes no Brasil, chegando a 1,832 milhão de mortes em 2021.
Ano passado, esse patamar caiu para 1,542 milhão, mas ainda se encontra elevado, considerando a tendência de queda observada antes da pandemia.
Os próximos anos devem ser marcados pela diminuição do excedente de mortes entre os idosos na medida em que a pandemia é superada. Ao mesmo tempo, na comparação com os anos precedentes ao de 2019, deve haver aumento da mortalidade devido ao envelhecimento populacional.
Bernardo Queiroz, professor de demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirma que, por isso, a esperança de vida deve continuar aumentando, mas a um ritmo mais lento.
Com o aumento da idade média da população, a mortalidade relacionada a doenças contagiosas, que afetam todas as faixas de idade, está caindo.
Ao mesmo tempo, crescem as mortes por doenças crônicas e degenerativas, problemas que atingem sobretudo os mais idosos:
— A mortalidade vai avançando para as idades mais altas e ficando “comprimida”. Na década de 1950, metade das mortes se dividiam entre várias faixas de idade. Agora, as mortes estão se concentrando entre os mais velhos — afirma Queiroz.
Fonte: O Globo