Debora Bloch usa personagem de 'Vale Tudo' para apoiar imposto sobre grandes fortunas

A atriz Debora Bloch utilizou sua personagem em Vale Tudo para defender a criação de um imposto sobre grandes fortunas, informa a Folha de S. Paulo. Em uma publicação feita em seu perfil no Instagram na quinta-feira (10), Bloch se posicionou a favor da justiça tributária e criticou o atual modelo de arrecadação no país.
Atualmente interpretando a bilionária Odete Roitman na reexibição do clássico da TV Globo, Bloch afirmou: “só na ficção vale tudo. Todo o meu apoio à justiça tributária com a taxação de grandes fortunas”. A frase faz referência direta ao título da novela e à hipocrisia de sua personagem, conhecida pelo desprezo às classes populares.
Na publicação, a atriz compartilhou uma série de imagens comparando a carga de Imposto de Renda que personagens da novela pagariam, numa simulação que expõe as distorções do sistema tributário brasileiro. De acordo com as imagens, a cozinheira Raquel pagaria 7,5% de IR, enquanto a bilionária Roitman desembolsaria apenas 2%. Já a diretora de arte Solange teria uma alíquota de 27,5%, contra 5,4% do herdeiro Afonso Roitman. A secretária Aldeíde pagaria 22,5%, enquanto o executivo Marco Aurélio também se beneficiaria de uma alíquota reduzida, de 5,4%.
Bloch também destacou em sua postagem uma declaração do cineasta Walter Salles, herdeiro de uma das maiores fortunas do Brasil e diretor do filme Ainda Estou Aqui. Ao ser homenageado como uma das personalidades do ano pelo prêmio Faz Diferença, Salles defendeu publicamente “a construção de um país mais justo e igualitário”. A atriz Fernanda Torres, também laureada, aparece ao lado dele na homenagem.
A última imagem do carrossel publicado por Debora Bloch remete a uma reportagem do UOL que estima em R$ 1,3 trilhão por ano o potencial de arrecadação caso o Brasil implemente a taxação sobre grandes fortunas.
O tema voltou ao centro do debate político depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu a criação desse tributo durante a cúpula dos BRICS e o governo, antes disso, apresentou ao Congresso um projeto que tem como objetivo isentar quem ganha até R$ 5 mil do pagamento de IR, enquanto, como compensação, tributa os mais ricos. Haddad tem articulado uma série de propostas de justiça fiscal como parte do plano do governo para aumentar a arrecadação de forma progressiva.
Fonte:Brasil247