Campanha Salarial 2024: Contec e Caixa debatem temas da Paula de Reivindicações
Foram apresentadas à Caixa propostas sobre jornada de trabalho e sua desconexão, comissões de conciliações tempestivas, demandas judiciais, adicional de porte, auxilio moradia, carreira, endividamento dos empregados ativos e aposentados, regularização das incorporações de função, dentre outros pontos da pauta.
JORNADA DE TRABALHO
Segundo a representação dos empregados, a Caixa, através das praticas usuais adotadas atualmente no ambiente de trabalho contribuem com a extrapolação da jornada e o descumprimento das regras legais da jornada. A empresa utiliza o teams como ferramenta oficial de comunicação entre gestores e empregados, mas o que se vê é a utilização de diversas outras fontes de cobrança e demandas de trabalho, como o telefone e o whatsapp, gerando excessos de atividades e preocupações, quando precisam atender simultaneamente várias demandas. Problema sério que gera stress, ansiedade, insegurança e como consequência o adoecimento. É preciso dosar a hora da comunicação retirando do empregado uma carga excessiva com riscos à saúde e para com as atividades que lhes são confiadas.
Para as entidades sindicais, é preciso manter condições favoráveis, sem pressão, para que os empregados exerçam suas atividades com excelência aos seus clientes, seja virtual ou presencial. Estas situações devem ser levadas em consideração para que haja um movimento dentro da empresa da real necessidade, seja no atendimento presencial ou remoto em retaguarda, desconectando de atividades que excedem esta carga de trabalho.
Ainda sobre a jornada e ambiente no trabalho, é preciso descartar qualquer tipo de atendimento fora dos horários da jornada, com extrapolação da jornada, levando-se em consideração a costumaz presença de cobranças e informações além desta quando se utilizam de canais virtuais, mensagens e outras tarefas. É preciso deixar claro que o bancário tem o seu direito de descanso e jornada respeitados. Atualmente aparelhos eletrônicos (whatsapp) conferem mais responsabilidades, mais serviços, mais cobranças, excesso na jornada de trabalho, a qualidade de vida, a saúde, o bem estar, o direito acima de tudo, precisam ser respeitados. Discutir os diversos tipos de assédio passa pela compreensão do que está acontecendo.
Segundo a Caixa, a jornada deve passar pelo ponto da desconexão. Horário da jornada, descanso, qualidade, comunicação. E fazer a conexão via roda de diálogo, dentre outros em horários que não prejudicam o exercício das atividades. E que é importante ter a certeza do direito, do que se faz, horários, e sentir valorizado. Infelizmente, não é isto que os empregados têm vivenciado.
COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO – CCV/CCP
– INCORPORAÇÃO E OUTRAS DEMANDAS
Segundo as entidades sindicais, as insistentes negativas da Caixa, em mesas de negociação/permanentes, quando lhe são apresentadas as necessidades de buscar soluções para as diversas demandas trabalhistas, direitos e conflitos, sem o devido reconhecimento destes, perde uma grande oportunidade de solução tempestiva para os problemas que só se avolumam, e que se acabam na Justiça. Contudo, sem o devido reconhecimento, acabam contribuindo com a cultura das judicializações.
São muitas as distorções no ambiente de trabalho, com tratamentos desiguais, e muitos outros pontos sem consonância com as normas legais. E para as entidades que representam os empregados, deixar de buscar o direito conferido a um, sem que os demais também tenham este direito. Respeitar decisões judiciais como uma segunda oportunidade para solução dos problemas deve ser levado em conta pela empresa.
Esperamos que a Caixa traduza as comissões de conciliações hoje existentes e as futuras, sem oportunismo, visando conferir o que realmente é devido aos seus empregados, como verdadeiro e justo reconhecimento, de forma a viabilizar e torná-la mais eficaz.
Outro ponto levado à mesa, foi que se tenha uma ampla discussão e que a Caixa traga propostas sobre as diversas demandas do ajuizamento de ações no tocante à incorporação de função, sem precisar apenas de decisões transitadas, mas reconhecimento aos normativos que conferiam direito aos empregados, seja no tempo do exercício, seja nos casos de fechamento de unidades elevando em consideração as condições em que os empregados são desligados de suas funções quando se colocam metas abusivas nas avaliações e ainda não consideram as dificuldades físicas e mentais por que passam estes trabalhadores quando do seu desligamento.
Segundo a Caixa, ela tem observado as decisões judiciais que limitam a incorporação, e as mudanças na legislação dos últimos anos a respeito deste ponto, fazendo as adaptações em seus normativos.
CARREIRA PARA TODAS AS ÁREAS
A Caixa precisa de mais transparência nos processos de encarreiramento dentro da empresa. Trata-se de crescimento profissional e a valorização do empregado, e que muitas se valem de critérios subjetivos na escolha da promoção do empregado.
Para as entidades sindicais, tais ocorrências geram frustração na categoria e que por vezes deixam de acreditar na validade do processo, seus critérios e transparência.
Relatamos também situações nas áreas dos profissionais onde o recrutamento por vezes saem das características e atribuições inerentes as demandas e pontuações deixam de ser consideradas. Exemplos como profissionais da engenharia que deixam de participar de possíveis estratégicas na solução de tarefas e até conselhos sem sua participação, desconstruindo a atipicidade da tarefa e suas decisões. Para estes profissionais é preciso as resoluções que tratam desta matéria.
Pedimos à Caixa que aumente as oportunidades de encarreiramento, ampliando o número de funções efetivas que atendam as perspectivas de resultado da empresa e ao mesmo tempo corroborem com a valorização e ascensão dos seus empregados, que por muitas vezes se desmotivam por falta de oportunidades.
A Caixa entende a necessidade desta reavaliação e do diálogo nesta perspectiva, principalmente da transparência dos PSIS e já trabalha com consultoria para estudos de diagnósticos no mercado, visando readequar o PFG às suas reais necessidades em todas as áreas.
AUXÍLIO MORADIA
Foi cobrado da Caixa a atualização do auxílio moradia para os gestores que são transferidos. Sabemos do desgaste de uma transferência (deixar família, alterar costumes, adaptação, etc) e o auxilio moradia é um mínimo de reconhecimento para esta realidade. É preciso olhar também o mercado para estes casos, em que o empregado precisa de uma moradia digna. O valor do auxilio moradia está congelado desde 2005. Por isto é urgente e necessária a atualização deste valor, e se considerados somente o INPC os valores atuais deveriam estar R$ 2.039,20 para o primeiro ano e R$ 1.933,32 para o segundo ano e não nos R$ 820 e R$ 520 respectivamente como são pagos hoje.
A Caixa irá avaliar este pleito dos representantes, que a nosso ver precisa de uma solução urgente.
PORTE
Com relação ao Porte, mais uma vez a representação dos empregados solicita a extensão do pagamento a todos de forma igualitária, sem que haja exclusões ou diferenciação de tratamento.
Segundo a Caixa há estudos neste sentido de forma a fazer uma adequação sobre a questão e o pleito apresentado pelas entidades.
ENDIVIDAMENTO DOS EMPREGADOS
ATIVOS E APOSENTADOS
Conclamamos à direção da Caixa para uma discussão mais tempestiva e acirrada sobre os desafios que os empregados ativos e aposentados estão enfrentando face as situações financeiras que todos vem passando, sem que a empresa busque viabilizar uma forma de atender a este grupo de pessoas.
Sabemos que muitas destas dividas tiveram causas na gestão do Saúde Caixa, traduzindo em aumentos nas mensalidades, falta de reembolsos, na gestão da Caixa junto à Funcef no tocante aos resultados, equacionamentos, na recomposição salarial dos aposentados que se defasam com o tempo diante de um custo de vida majorado, etc.
Para os representantes, não basta trazer soluções que dividam a categoria, ou que sejam paliativas e muitas vezes tem contrapartidas discriminatórias e prejudiciais. É preciso assumir a responsabilidade dos reais prejuízos causados pela administração/empresa Caixa para com seus empregados e oferecer mecanismos que ajudem a todos. Uma das propostas seria a abertura de crédito com taxas acessíveis para estes empregados, sejam ativos ou aposentados.
Em outro ponto, conclamamos a Funcef e a Caixa para a transparência do processo de ajustes que estão sendo discutidos para solução dos equacionamentos. Trazer como proposta só redução de direitos se aproveitando da situação precária dos empregados é oportunismo e não uma forma plausível para a solução de problemas advindos de gestão da própria empresa e Funcef.
Precisamos de transparência com a participação de todas as entidades sindicais, que vêm sendo deixadas de fora das discussões, sendo estas as mais próximas de suas bases representativas.
PRÓXIMA REUNIÃO
Nossa próxima reunião de negociação desta campanha salarial será realizada em São Paulo, dia 14 de agosto (quarta-feira), às 9 horas, quando continuaremos discutindo questões econômicas com a Caixa.
PARTICIPANTES DA REUNIÃO
CONTEC: Carlos Roberto Rodrigues (SEEB FEEB PR), Thiago Ferrazza (SEEB Araçatuba e FEEB SP/MS), Mizaki Toshio (SEEB Jaú e FEEB SP/MS), Pepô (FENAG/CONTEC), João Ricardo Coutinho (FENAG/CONTEC), Carlos Castro (ADVOCEF/CONTEC), William, Marcelo Pizzo (FEEB/MG, SEEB/Varginha), Carlão Roberto Lopes (SEEB Tupã/CONTEC), Eudimar Bandeira (SEEB AM), Renan Knoll (ANEAC).
CAIXA: Karen Kresna (Gerente Executiva), Eliane Paulino (Coordenadora de Projetos MZ), Daniela Lima (Gerente Executiva Área de Pessoas), Jaques Bernardi (Consultor Jurídico), Maria Flavia Tolentino (Consultora MZ), Ana Cláudia (TBN).
TEAMS: Jair (S. J. Campos/SP), Andrea Gurgel (PB), Alessandra (GO/TO), Antonio Rubens (Gerente Executivo Área Comunicação Interna da Caixa), Jairo (Tubarão/SC), Sidney (Mossoró/PB), Jessica (CONTEC Comunicação).
Fonte: Contec