Caixa celebra papel estratégico do FGTS e reforça defesa do fundo de garantia

Durante a cerimônia de comemoração dos 59 anos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), realizada nesta segunda-feira (22/9), o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, destacou a relevância histórica e social do fundo, além de alertar para os riscos de políticas que já chegaram a colocar em xeque sua continuidade no Brasil.
Vieira iniciou seu discurso ressaltando a importância das parcerias institucionais que sustentam a governança do FGTS e prestou homenagens a autoridades presentes, entre elas o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a quem dirigiu elogios pela defesa firme do trabalhador. “Ministro, as suas posições muito simples e fortes em defesa do trabalhador e do FGTS ficam aqui registradas como meu reconhecimento e agradecimento”, afirmou.
O presidente da Caixa também chamou atenção para o impacto econômico do fundo, sobretudo no setor de infraestrutura e habitação. Segundo ele, em 2024 o Brasil aplicou R$ 223 bilhões em infraestrutura, o que correspondeu a 2,2% do PIB. Deste montante, o FGTS respondeu sozinho por R$ 127 bilhões em habitação, consolidando-se como motor central do investimento no país. “O FGTS, a Caixa e o governo federal transformaram as empresas da construção civil em grandes agentes de parceria público-privada”, disse Vieira.
Ainda em sua fala, o executivo fez duras críticas a tentativas anteriores de enfraquecimento do fundo, classificando como “conceitos neoliberais mal aplicados” as propostas de extinguir o FGTS. Ele citou que tais ideias, inspiradas em modelos externos, não se adequavam à realidade brasileira e poderiam ter causado danos irreversíveis. “Se nós tivéssemos acabado com o FGTS, não teríamos a oportunidade de estar gerando tanto emprego como hoje”, frisou.
Vieira relembrou, também, momentos críticos da história do fundo, como a década de 1990, quando quase ocorreu o esvaziamento do fundo de garantia. Na ocasião, a unificação e a reorganização da gestão permitiram a sobrevivência e o fortalecimento do instrumento. “É uma belíssima história para ser contada, fruto da dedicação de muitos colegas que ajudaram a construir o que temos hoje”, celebrou.
Ao encerrar, o presidente da Caixa reforçou que o FGTS continua sendo referência internacional como modelo de financiamento do desenvolvimento, citando recentes encontros com bancos da Índia. “Eles diziam: que pena que não temos um instrumento como o FGTS em nosso país”, relatou.
Vieira defendeu ainda que o fundo seja cada vez mais utilizado para impulsionar infraestrutura e qualidade de vida no Brasil. “O FGTS continuará fazendo o seu papel. Vocês representam a maior parceria pública do país. Tenho certeza de que a construção civil, com os recursos do fundo, fará cada vez mais diferença no desenvolvimento do Brasil”, concluiu.
Fonte: Correio Braziliense