Brasileiro gasta 2 horas, em média, por semana tentando resolver problemas bancários

Brasileiro gasta 2 horas, em média, por semana tentando resolver problemas bancários

Imagine perder o equivalente a 14,4% de um mês de férias com algo que não é o descanso e o prazer de curtir a folga? Mas isso acontece e é mais comum do que se pensa, especialmente entre as pessoas que se sentem estressadas financeiramente no país. Em média duas horas semanais são destinadas a tentar resolver problemas bancários, segundo uma pesquisa. E uma parcela grande da população está atualmente em situação de estresse financeiro: quatro em cada dez brasileiros.

Os dados são de uma pesquisa encomendada pela Zetta, associação sem fins lucrativos que reúne instituições financeiras e de pagamentos. O levantamento, realizado pelo Datafolha, ouviu 1.551 pessoas em 132 cidades brasileiras.

Mas o que caracteriza o estresse financeiro e quem são esses 41% de pessoas que enfrentam dificuldades em seu dia a dia? São pessoas que se sentem inseguras por estarem com as finanças apertadas durante o mês (20% do contingente total de entrevistados) ou que estão ganhando menos do que precisam para pagar as contas, convivendo com o endividamento (21%).

Do contingente de "estressados" cinco em cada dez entrevistados indicam que a principal forma de resolver seus problemas é pelo aplicativo do banco, taxa que sobe para 73% entre usuários exclusivos de bancos digitais. Quanto à facilidade de uso e organização no site/app da instituição, as instituições digitais são melhores avaliadas em comparação a instituições tradicionais, por permitirem resolver etapas em poucos cliques, guardar dinheiro de forma simples, além de não ter tarifas e pacotes de manutenção.

"A facilidade de uso e a organização dos aplicativos de bancos digitais são altamente valorizadas pelos clientes, de acordo com os resultados da pesquisa. Essa praticidade é um diferencial significativo que contribui para a redução do estresse financeiro. Impactos que se tornaram possíveis pelo aumento da competição no setor financeiro" afirma Rafaela Nogueira, economista-chefe da Zetta.

O estudo da entidade buscou avaliar o desempenho das instituições na redução do estresse financeiro do brasileiro. Conforme o relatório, a resolução rápida e eficiente de problemas, a obtenção de todas as informações necessárias, a facilidade de uso e a organização, e a confiança nas melhores condições são os principais aspectos do serviço que mais impactam na percepção de estresse do brasileiro.

Para o universo de pessoas estressadas, oito em cada dez entrevistados concordam que as instituições com que trabalham os deixam tranquilos. Ao menos 57% também confiam na instituição para cuidar do seu dinheiro, sendo que, dentre os clientes de bancos digitais, esse índice cresce para 64%.

O Instituto Datafolha calculou um indicador de ações para diminuir o estresse financeiro por meio de notas atribuídas a bancos digitais e instituições tradicionais. Para isso, foram consideradas ações tomadas pelas instituições para redução do estresse financeiro, tais como eficiência e agilidade para resolução de problemas, facilidade de renegociação de dívidas, visualização de informações relevantes, como limites e saldos, percepção de confiança na instituição.

Entre os entrevistados, 70% dizem que os bancos digitais têm um impacto positivo na redução da insegurança e instabilidade financeira de seus clientes – entre os bancos tradicionais, este índice é de 63%.

Mas, apesar do crescimento exponencial do número de fintechs nos últimos anos, sete em cada dez brasileiros indicaram que têm sua conta principal em um banco tradicional. E o principal motivo para essa escolha, segundo o estudo, é o recebimento de salário. Quanto aos bancos digitais, 30% dos entrevistados indicam ter conta em banco digital, e a agilidade é o principal diferencial.

Fonte: Valor Investe

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