Brasil mantém 2º lugar em ranking de juros reais após corte na Selic
O Brasil manteve o segundo lugar no ranking mundial de juros reais, após a redução da taxa básica para 10,75% ao ano na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central desta quarta-feira (20).
O juro real no Brasil está em 5,90% ao ano, valor inferior ao do México (7,46%), segundo ranking elaborado pelo Portal MoneYou.
Essa taxa é uma combinação da inflação projetada para os próximos 12 meses, de 3,79%, considerando dados do relatório Focus do BC, e dos juros de mercado de 12 meses à frente —utilizando o contrato de Depósito Interbancário no dia da reunião do Copom.
Brasil mantém 2º lugar em ranking de juros reais
Em % ao ano, descontada a projeção de inflação 12 meses à frente
Em termos nominais, o Brasil está na sexta colocação, abaixo de Argentina (80%), Turquia (45%), Rússia (16%), Colômbia (12,75%) e México (11,25%). A lista considera 40 economias.
De acordo com o portal, o movimento global de aperto monetário perdeu força, e o contexto majoritário entre os bancos centrais é de manutenção das taxas.
Entre esses 40 países, 87,5% mantiveram, 5% elevaram e 7,5% cortaram as taxas recentemente.
Entre as grandes economias, os EUA estão com juro real de 2,93% ao ano, e a China com 1,27%.
Apenas três países do levantamento ainda possuem juro real negativo: Suécia (-0,06%), Japão (-1,43%) e Argentina (-42,89%).
Taxa básica de juros
A taxa Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia)
Taxa real de juros
Considera uma taxa nominal, a Selic, por exemplo, descontada a inflação
Taxa real ex-ante
Calculada olhando para a frente (taxa esperada), com base nas projeções para juros e inflação. É a mais relevante para a política monetária, pois influencia decisões futuras de investimento e consumo
Taxa real ex-post
Calculada olhando para trás (taxa verificada), com base nos juros e na inflação nos últimos 12 meses, por exemplo. Serve para avaliar um investimento já realizado
Copom (Comitê de Política Monetária)
Órgão do Banco Central, formado pelo seu presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, a taxa básica de juros da economia, a Selic
IPCA
Indicador medido pelo IBGE que serve como meta de inflação. A meta é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), órgão que tem a participação do BC, do ministro da Fazenda ou da Economia e de outros membros da equipe econômica.
Fonte: Folha de SP