Bradesco vai anunciar Plano Estratégico nesta quarta como marco da nova gestão
O Bradesco deve revelar nesta quarta-feira, 7, um amplo plano estratégico junto do balanço do quarto trimestre de 2023. Os movimentos mais recentes do banco indicam uma simplificação de estruturas, tanto hierárquicas quanto operacionais, e também um foco maior nas franquias de pequenas e médias empresas e na alta renda, que vinham sendo alvo de investimentos por parte do banco, mas de forma mais difusa.
O plano estratégico deve ser um dos primeiros marcos da gestão de Marcelo Noronha à frente do segundo maior banco privado do País. Ele assumiu em novembro, e desde então, a cúpula do Bradesco passou por mudanças importantes. Oito executivos deixaram o banco e uma nova vice-presidência, voltada ao Wealth Management, foi criada.
Para o posto, foi escalado Guilherme Leal, enquanto a vice de atacado, que estava vaga desde a saída de Eurico Fabri, em novembro, passará a ser ocupada por Bruno Boetger. Em comum, ambos já eram diretores do Bradesco, cuidando das áreas que agora passarão a chefiar um degrau acima.
A maior mudança anunciada até aqui diz respeito à Cielo: o Bradesco, em conjunto com o sócio Banco do Brasil, fará uma oferta para retirar a companhia da Bolsa, o que deve movimentar R$ 5,9 bilhões. A decisão foi tomada de comum acordo e acelerada pela chegada de Noronha à presidência do Bradesco. Noronha, aliás, conhece bem a Cielo, companhia que ajudou a criar nos anos 2000.
O objetivo dos dois bancos é integrar mais a credenciadora às operações que possuem no mercado de cartões, com vistas a ganhar espaço e fidelidade no segmento de pequenas e médias empresas, fundamental na composição de rentabilidade do varejo bancário. No Bradesco, as PMEs eram 18,8% da carteira de crédito em setembro de 2023, contra 20,7% em 2021.
O modelo é similar ao que o Itaú Unibanco adotou com a Rede, que após uma década de idas e vindas, foi totalmente integrada aos canais do banco no ano passado, e assumiu a liderança de mercado que antes cabia à Cielo.
Analistas acreditam que, para o Bradesco, a mudança faz sentido. “Acreditamos que o Bradesco deveria focar fortemente no segmento de PMEs para a sua recuperação, uma vez que continuamos vendo um alto potencial de crescimento e de margens”, afirmou Eduardo Rosman, analista do BTG Pactual.
Fonte: Estadão