Bancos: tecnologia excludente

Enquanto o setor bancário anuncia investimentos bilionários em tecnologia – para este ano estão previstos R$ 47,8 bilhões, segundo a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) – a realidade para os bancários é outra. Os cinco maiores bancos em atividade no Brasil (Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander) fecharam 2.819 agências entre 2020 e o primeiro trimestre de 2023 e demitiram mais de 14 mil trabalhadores.
O aporte em 2025 é 13% superior ao registrado em 2024, quando foi de R$ 42,3 bilhões. Nos últimos cinco anos, os bancos aumentaram os investimentos em tecnologia em 58,4%.
As contradições são claras. Enquanto o lucro não para de crescer, os investimentos no digital são usados como justificativa para reduzir a mão de obra. E, ao invés de eficiência, a digitalização representa exclusão da população e sobrecarga para os poucos bancários que continuam nas agências.
Aliás, irresponsabilidade social é uma marca registrada dos bancos. Muitos clientes, sobretudo no interior da Bahia, necessitam mais de atendimento humanizado. Há ainda os idosos, que têm mais dificuldade com tecnologia. Acabar com as agências físicas e basicamente extinguir o emprego bancário nem de longe é a solução.
Obviamente o Sindicato dos Bancários não é contra a tecnologia. Mas, ela precisa ser utilizada de modo que não custe o emprego nem o atendimento de qualidade.
Fonte: Movimento Sindical