Bancos oferecem R$ 36 bi em créditos “podres”, mas só vendem a metade
Os bancos e financeiras ofereceram um volume maior de carteiras com empréstimos que não foram pagos por seus clientes no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Mas venderam um montante menor no mesmo período comparativo.
A explicação é o alto endividamento das pessoas físicas em várias instituições, causando queda nos valores oferecidos pelos compradores, dado o baixo potencial de recuperação desses créditos.
Dados da Recovery, empresa do Grupo Itaú especializada em recuperação de crédito, mostraram um aumento de 13,2% para R$ 35,9 bilhões o total de carteiras inadimplentes colocadas à venda no semestre. Em contrapartida, as vendas efetuadas caíram 26%, para R$ 17,8 bilhões no período. Entretanto, se comparado ao primeiro trimestre deste ano com o segundo, o volume de vendas realizadas cresceu 31%.
Segundo a Recovery, 36% do volume correponde a cartão de crédito
A Recovery destaca que 36% do volume disponibilizado nos primeiros seis meses deste ano, ou R$ 13 bilhões são de dívidas não pagas com cartão de crédito. Além disso, houve aumento do valor colocado à venda de dívida de clientes que chegaram a fechar um acordo de renegociação, mas não conseguiram prosseguir com o pagamento. Só nesta categoria, a Recovery registrou R$ 4 bilhões disponibilizados no primeiro semestre - um aumento de 400% em relação ao primeiro semestre de 2022.
Fonte: Estadão