Bancos cortam postos de trabalho sem dó
O sistema financeiro lucra bilhões e nada abala o rendimento dos bancos. Mesmo assim, precarizam o atendimento com corte de empregos sem dó nem piedade. Somente em julho deste ano foram 634 vagas a menos, o décimo mês consecutivo com redução do número de postos de trabalho. De novembro do ano passado até julho, cortaram 6.273 vagas na categoria bancária.
Os cortes foram identificados tanto nas pequenas agências quanto nas matrizes, onde há alocação de grande número de trabalhadores. É um absurdo os bancos que alcançaram lucratividade de mais de R$ 54 bilhões no primeiro semestre de 2023 empurrarem os funcionários à fila do desemprego.
De janeiro a julho, 61,09% dos postos de trabalho reduzidos (3.494) foram em estabelecimentos com até 50 empregados e 22% (1.258) nas unidades com mais de 1 mil trabalhadores. Os dados são da PEB (Pesquisa do Emprego Bancário), realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), baseado no Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Outro dado perverso é que o corte foi maior entre as mulheres, que representaram 51,4% dos desligamentos e 47,2% das admissões. Como de costume, os bancos desligaram os bancários mais experientes e com salários maiores com o objetivo de contratar os mais jovens, ganhando menos. O salário mensal médio do admitido em julho foi R$ 5.360,68, enquanto o do demitido foi de R$ 7.332,32. Ou seja, o rendimento do novo funcionário correspondeu a 73,11% do demitido.
Fonte: Movimento Sindical