Banco Itaú fecha doze agências em Belo Horizonte e cita ‘novas necessidades dos clientes’

Banco Itaú fecha doze agências em Belo Horizonte e cita ‘novas necessidades dos clientes’

O banco Itaú fechou doze agências físicas em Belo Horizonte neste ano, média de duas unidades com atividades encerradas por mês. O dado foi levantado pelo Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região a pedido da Itatiaia.

Para o presidente do sindicato, Ramon Peres, não há justificativa para fechamentos. “Não tem motivo nenhum para os bancos estarem fechando agências dessa maneira. O Itaú fechou o ano de 2022 com mais de R$ 30 bilhões de lucro líquido. Então, não estão passando dificuldade financeira”, garante.

Ramon destaca que o fechamento tem impacto negativo para clientes, usuários e funcionários. “Os clientes das agências que estão fechando estão sendo migrados para outras agências e superlotam essas unidades que absorveram essas carteiras. Em contrapartida, os bancos não estão contratando e, por isso, as agências ficam superlotadas e a demora no atendimento é muito maior. Para o funcionário, o impacto é negativo também, porque aquele que tinha uma carteira de mil clientes, passa a atender agora 2 mil clientes na carteira de crédito”, analisa.

Ramon destaca que os principais bancos privados adotaram estratégia muita agressiva de fechamento de agências em 2023. “A justificativa que eles dão é de reestruturação operacional. Mas a gente sabe o que é: diminuir o custo para ter mais lucro. Mas, diminuindo esse custo, ele está prejudicando o atendimento, precarizando o trabalho e gerando impactos negativos para a população de Belo Horizonte”, destacou.

Demissões
Com a reforma Trabalhista, aprovada no governo Temer, os bancos não têm mais a obrigação de homologar demissões nos sindicatos. Por isso, Ramon não tem como precisar se os fechamentos resultam em demissões. “No entanto, é perceptível dentro das agências a diminuição do número de funcionários para atender a população”, destaca.

'Processo de transformação'
Procurado pela Itatiaia, o Itaú destacou que as agências físicas em todo o Brasil seguem cumprindo papel relevante como espaços mais humanizados de relacionamento e consultoria. Além disso, cita aumento da procura por atendimento pela internet, celular e agências digitais.

“O atendimento presencial continua sendo peça importante no processo de transformação pelo qual o banco passa e ocorre cada vez mais integrado ao digital – para que o cliente tenha um atendimento de qualidade por meio de qualquer um deles e defina, com base em suas próprias demandas, quando deve acionar um ou outro. Neste contexto, e diante do aumento da procura por atendimento em outros canais, como internet, celular e agências digitais, o banco avalia constantemente a adequação de sua rede de agências às novas necessidades dos clientes. O banco informa ainda que, atualmente, é o player financeiro privado com maior número de agências físicas em todo o Estado de Minas Gerais e em Belo Horizonte.”, diz trecho da nota.

Bradesco
Além do Itaú, o Bradesco fechou 18 agências físicas em Belo Horizonte neste ano. “O Bradesco, por exemplo, fechou o ano de 2022 com mais R$ 20 bilhões de lucro líquido”, diz Ramon. Até abril, como mostrou a Itatiaia, 17 unidades físicas do Bradesco tinham sido fechadas na capital mineira.

Na época, o banco informou que não 'abre dados de fechamento de agências regionalmente' e que 'tem promovido uma mudança estrutural em seu modelo de atendimento'. Leia a íntegra:

O Bradesco tem promovido uma mudança estrutural em seu modelo de atendimento, transformando parte de suas agências em unidades de consultoria de negócios. Dentro desse processo de otimização, algumas agências passarão por uma adequação do seu tamanho físico e outras por uma fusão de unidades sobrepostas na mesma área de atuação, como, por exemplo, aquelas localizadas a poucos metros uma da outra.

Fonte: Itatiaia

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