Banco do Brasil tem lucro líquido de R$ 9,5 bi no 2º trimestre, alta de 8,2% em 1 ano
O Banco do Brasil encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido ajustado de R$ 9,502 bilhões, aumento de 8,2% na comparação com o mesmo período de 2023. Em relação ao primeiro trimestre, o resultado do banco subiu 2,2%.
O BB encerrou junho com retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 21,6%, alta de 0,26 ponto porcentual em base anual, e queda de 0,05 ponto porcentual em três meses.
A carteira cresceu 13,2% em um ano, para R$ 1,183 trilhão. O número foi puxado pela carteira ampliada Agro, com alta de 16,6% no mesmo período. Cerca de um terço da carteira da instituição é destinada ao agronegócio, segmento que historicamente tem inadimplência mais baixa.
A inadimplência da carteira em junho era de 3,0%, pelo critério de atrasos acima de 90 dias, alta de 0,27 ponto porcentual em um ano, e alta de 0,1 ponto em três meses. Entre os quatro maiores bancos listados do País, foi a segunda menor.
A margem financeira do banco, que mede o resultado com operações que rendem juros, foi de R$ 25,549 bilhões, crescimento de 11,6% em um ano, puxada pela queda das despesas financeiras (-10,6%) e pela alta das receitas com operações de crédito (+3,2%). A margem com clientes foi de R$ 19,852 bilhões, 1,0% menor que no mesmo intervalo de 2023, e 2,1% menor em três meses.
O resultado da tesouraria, incluindo do banco Patagonia, foi de R$ 5,697 bilhões, alta de 100,7% em um ano, e de 4,4% em um trimestre.
Receita com serviços
A receita do banco com serviços foi de R$ 8,845 bilhões no segundo trimestre, alta de 6,7% em um ano. O número foi impulsionado pelas linhas de rendas do mercado de capitais (+104,0%), taxas de administração de consórcios (+20,8%) e administração de fundos (+14,7%). Elas atingiram, respectivamente, R$ 213 milhões, R$ 731 milhões e R$ 2,335 bilhões.
O BB fechou o segundo trimestre com R$ 2,363 trilhões em ativos, aumento de 12,4% em relação ao mesmo período de 2023, e alta de 2,5% em três meses. O patrimônio líquido ficou em R$ 181,831 bilhões, alta de 8,4% em um ano.
Projeções revistas
O Banco do Brasil atualizou parte das projeções de desempenho (guidances) para o resultado de 2024. O banco está mais otimista quanto à margem financeira, mas ao mesmo tempo, elevou a projeção de despesa com as provisões contra a inadimplência.
A projeção para margem financeira passou a ser de alta entre 10% e 13% em relação ao ano passado. O guidance anterior era de crescimento entre 7% e 11%. No primeiro semestre, a margem do BB cresceu 16,4%.
Para as provisões, o Banco do Brasil passou a prever despesa entre R$ 31 bilhões e R$ 34 bilhões. Anteriormente, esperava despesas da ordem de R$ 27 bilhões a R$ 30 bilhões, mas no primeiro semestre, o patamar de provisões chegou a mais da metade do teto da antiga projeção, em R$ 16,3 bilhões.
O banco federal também revisou a perspectiva para o crescimento da carteira de negócios sustentáveis, que migrou da faixa de 5% a 9% para de 9% a 13%. Essa carteira engloba operações nas diferentes linhas de negócio do BB, em especial no Agro.
As demais projeções não foram alteradas. O BB espera ter lucro de R$ 37 bilhões a R$ 40 bilhões neste ano, e chegou a R$ 18,8 bilhões no primeiro semestre.
Impacto das enchentes
Em junho deste ano, 6% da carteira de crédito do Banco do Brasil, ou R$ 59 bilhões, eram em operações em cidades do Rio Grande do Sul atingidas pelas enchentes no segundo trimestre. De acordo com o banco, ao todo, a carteira para clientes do Estado totalizava R$ 65 bilhões.
Segundo o BB, 65% das transações em cidades atingidas tinham garantias reais, e 92,6% do saldo estava classificado com notas de AA a C, que são os patamares de maior qualidade de crédito.
Ao todo, 51,7% da carteira em municípios afetados era de operações para o agro, 29,2% para pessoas jurídicas, 17% para pessoas físicas e 2,2% em operações para o governo. O BB implementou uma série de medidas emergenciais para os diferentes públicos, de linhas de crédito específicas a postergações de prazo.
Fonte: Estadão